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Adriel Henrique

Alexander McQueen, do anonimato aos holofotes

Atualizado: 15 de mai. de 2021

Nascido em Londres no dia 17 de março de 1969, Lee Alexander Mcqueen foi um dos maiores estilistas britânicos. Sua carreira no mundo da moda começou quando ele tinha apenas 16 anos de idade quando, idade na qual deixou a escola e começou a trabalhar na London’s Anderson & Sheppard onde fazia ternos sob medida.


Fonte: https://epoca.globo.com/sociedade/bruno-astuto/noticia/2017/05/vida-do-estilista-alexander-mcqueen-vira-filme-e-documentario-em-breve.html

Após trabalhar com outro alfaiate e um costureiro de figurinos teatrais, McQueen trabalhou com o estilista japonês Koji Tatsuno, em Londres, e posteriormente com o estilista Romeo Gigli, na Itália. Ao retornar à Inglaterra, fez um mestrado na prestigiada Central Saint Martins, onde se destacou entre os alunos com a sua tese, fazendo um desfile que chamou a atenção da estilista Isabella Blow, que acabou comprando toda a sua coleção. Bow se tornou mais tarde uma grande amiga de McQueen.


Do Anonimato para os holofotes


Logo após se formar em 1992, McQueen fundou a sua própria marca, Alexander McQueen, com o lançamento de uma coleção feminina. A coleção foi um enorme sucesso logo no início, principalmente com as calças “bumster”, peças com a cintura rebaixada, que chamaram grande atenção da mídia.


Fonte: https://www.dazeddigital.com/fashion/article/41876/1/low-slung-trouser-trend-2018-low-rise-jeans-00s-nostalgia-mcqueen-bumsters

Em 1996, apenas quatro anos após se formar e fundar sua marca, McQueen foi nomeado “Designer Britânico do Ano”, além de ser apontado como designer-chefe da grife Givenchy. O tempo do estilista na Givenchy, que durou de 1996 a 2001, foi um período um tanto conturbado, visto que além de trabalhar para a marca francesa também cuidava de sua própria marca.

"Eu tratei a Givenchy muito mal. Era apenas dinheiro para mim. Mas não havia nada que eu poderia fazer: a única maneira que teria funcionado seria se eu tivesse sido autorizado a mudar todo o conceito da marca, dar uma nova identidade, e elen nunca quiseram que eu fizesse isso."

A ousadia de McQueen


Alexander McQueen tinha como marca registrada peças que fugiam do obvio, roupas com características românticas, sombrias, cores escuras e elementos grotescos e violentos. Suas coleções continham ternos com caimento elegante e simples, vestidos com forma de ampulheta que tinham corsets justos.


Esteticamente falando, suas coleções eram consideradas obras de arte, onde se destacava seu estilo icônico e dramático, fruto do amor do estilista pelo teatro e da influência da época em que trabalhou com um costureiro criando figurinos para teatro.


Fonte: http://www.wernersocial.com.br/os-05-desfiles-mais-incriveis-de-alexander-mcqueen/

Seus desfiles eram verdadeiras peças teatrais, McQueen gostava de chocar e provocar a audiência. Em sua coleção de 1995 chamada “Highland Rape” (Estupro das Terras Altas, em tradução livre) modelos desfilaram com respingos de sangue, aparentando terem sido violentadas, usando corpetes e rendas rasgadas. O desfile obteve muitas criticas da imprensa mas foi considerado o desfile que estabeleceu a reputação de Alexander McQueen como um estilista de nível internacional.


Fonte: https://blog.metmuseum.org/alexandermcqueen/images/McQ.215a,%20b_mcq.215.AV1.JPG

McQueen sempre aborda temas não-usuais, que subvertem as regras convencionais dos desfiles de moda e questionam a realidade, apesar de serem apresentados de forma fantasiosa. McQueen aproveita seus desfiles para protagonizar criticas sociais e romper com padrões de beleza pré estabelecidos.


Um exemplo é a coleção Voss (primavera/verão 2001), quando, ao final do desfile, uma caixa se abriu para revelar a nudez da autora erótica Michelle Olley, uma mulher com traços físicos que desafiavam os padrões de beleza impostos pela indústria. “Essas belas modelos caminhavam ao redor da sala, e então de repente essa mulher que não seria considerada bonita foi revelada. Se tratava de tentar ‘capturar’ algo que não era convencionalmente bonito para mostrar que a beleza vem de dentro” afirmou McQueen na época do desfile.


Fonte: https://pin.it/36JXnFh
Fonte: https://www.vogue.pt/alexander-mcqueen-documentario

Uma parceria de sucesso


Esta parceria começou em 1996 quando Sarah passou seu ano de colocação (que é o ano entre seu penúltimo e último ano na faculdade na Inglaterra) trabalhando para McQueen depois de ser recomendada por um tutor. Depois de se formar na Central Saint Martins, mesma universidade que McQueen se formou, Sarah voltou a trabalhar para a marca. Em 2000, foi nomeada como estilista chefe da coleção feminina, cargo que exerceu até 2010.


Fonte: http://fashion.telegraph.co.uk/news-features/TMG11449641/Lee-changed-the-way-women-dress-Sarah-Burton-on-Alexander-McQueens-legacy.html

Em Fevereiro de 2010, foi noticiada a morte por suícidio de Alexander McQueen. Neste período Sarah foi anunciada como diretora criativa da marca e sucessora de McQueen, com quem trabalhou por 14 anos até sua morte, além de supervisionar o desenvolvimento de todas as linhas da grife. A estilista ganhou destaque quando foi escolhida para desenhar o vestido de noiva de Kate Middleton e ganhou o prêmio de “Estilista do Ano” pelo British Fashion Awards.


Alexander McQueen se foi e deixou um grande legado, transformando o entendimento da moda para além da utilidade, apresentando sempre um conceito de expressão, buscando sua identidade através de suas emoções. Suas criações com grande influência teatral e dramática causaram um grande impacto na indústria da moda e todo o seu conceito ainda está presente nas criações de Sarah Burton.


Documentário: LIFE OF A STAR : ALEXANDER Mc QUEEN AND I



Material complementar:

  • Livro Alexander Mcqueen - Savage Beauty

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